José Carlos Mário Bornancini
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José Carlos Mário Bornancini (Caxias do Sul, 1923Porto Alegre, 24 de janeiro de 2008) foi um designer industrial brasileiro.

Formou-se em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aos 23 anos. Seus projetos de design mais conhecidos foram realizados em parceria com o arquiteto Nelson Ivan Petzold, sempre em Porto Alegre-RS.

Faleceu aos 84 anos de idade.
[editar]Obra

O trabalho de Bornancini está fortemente vinculado ao uso de novas tecnologias industriais. Com o parceiro Petzold, desenvolveu mais de 200 produtos, em diversos segmentos da indústria: computadores, maquinário agrícola, móveis, brinquedos, armas, interiores de elevadores e utensílios domésticos.

Entre seus produtos mais conhecidos, estão a tesoura Mundial Multiuse e a linha Ponto Vermelho, máquinas agrícolas para a Massey Fergusson e as facas Mundial Laser (1983). Ostalheres Camping, feitos para a Hercules, fazem parte da coleção permanente do MoMA de Nova Iorque desde 1973. A garrafa térmica R-Evolution (1999) da Termolar evita respingos na hora de servir. A tesoura Softy (1989) utiliza anéis macios de elastômero para um uso mais confortável. Vários dos seus produtos possuem patentes internacionais.
[editar]Fontes
Fundação Bunge – Galeria dos premiados
Tesoura para destros e canhotos
Revista Veja (07/01/1998) – Eles inventam de tudo
Revista Brasileira de Design – Bornancini, consertador do céu




Müller, Bornancini
e Petzold: aprendendo
com os operários
Foto: Liane Neves 

A fonte mais provável das soluções está no próprio operário, já que ele está ali todos os dias "observando", mas é preciso interpretar e sintetizar suas idéias.


Os gaúchos José Carlos Bornancini e Nelson Ivan Petzold são um caso único. Sem posar de artistas, trafegando longe dos círculos badalados da área, são os inventores de uma infinidade de objetos que fazem parte do dia-a-dia de todo mundo. Eles são designers industriais, trabalham dentro das fábricas, junto aos técnicos e operários, encontrando soluções que tornem os produtos não apenas mais bonitos, mas também mais eficientes. A garrafa térmica que permite servir o líquido sem retirar completamente a tampa, por exemplo, é hoje um objeto tão banal que parece sempre ter existido. Foi uma invenção da dupla, patenteada em vinte países. As facas com serra ultra-resistente, chamadas de "corte laser", que se compram em qualquer supermercado do mundo, também foram criadas por Bornancini e Petzold. Eles também desenharam as formas da maioria das lancheiras infantis que se encontram no mercado, um revólver da fábrica gaúcha Taurus que já vendeu 2,8 milhões de unidades e um jogo de talheres para camping que foi parar no acervo do Museu de Arte Moderna de Nova York como exemplo de excelência em design. Uma de suas mais recentes criações, já em fase de produção, é uma cabine de elevador que, por meio de uma ondulação no teto e de um jogo especial de luzes, diminui a sensação de confinamento e melhora a vida dos que sofrem de claustrofobia.


Criações do trio: revólver Taurus, fogão com tamanho adaptado para as brasileiras, elevador sem sufoco e tesoura com pino de náilon


Como se vê, a imaginação de Bornancini e Petzold não tem limites, assim como sua área de atuação na indústria. Eles trabalham em seu escritório há quarenta anos, nos últimos dois com a colaboração de um sócio novo, Paulo Müller. Suas criações de maior sucesso são na área de cutelaria. Suas tesouras, produzidas pela Zivi, são hoje exportadas para o mundo inteiro. O que elas têm de especial? Muita coisa. A dupla inventou a primeira tesoura do mundo feita especialmente para canhotos a diferença está na anatomia do cabo. Foi deles também a idéia de substituir o parafuso de metal que une as duas lâminas da tesoura por um pino de náilon a troca permite maior precisão no corte e maior durabilidade. O sucesso dessa idéia chamada de linha Red Line foi tamanho que hoje, na China, país que não reconhece patentes, ela é largamente copiada. Os designers inventaram também aquelas tesouras infantis para cortar papel que não têm fio o corte é feito pela simples pressão entre duas hastes de metal.

"Design não se restringe à vestimenta do produto", explica Petzold. "A aparência é o resultado final de um projeto em que o uso inovador, mais adequado e econômico das matérias-primas é perseguido à exaustão. Muitas vezes esse processo, mais do que conhecimento técnico, exige um faro especial. Nos anos 60, por exemplo, uma indústria gaúcha lhes encomendou um projeto de fogão que fosse cópia exata de um similar americano. Assim foi feito, mas a altura do fogão foi rebaixada em alguns centímetros porque a mulher brasileira, em média, é mais baixa que a americana. De outra feita, uma fábrica de tratores contratou-os para desenhar uma cabine de colheitadeira com ar refrigerado. Eles logo sentiram que a cabine exigiria um tratamento acústico especial caso contrário, o piloto não ouviria a máquina funcionar e não saberia se o trabalho estava sendo feito a contento.

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